quarta-feira, 30 de julho de 2008

COSMOS de Carl Sagan- Episódio 12: A Enciclopédia Galáctica

http://www.guba.com/watch/3000083820

Carl Sagan examina os relatos persistentes de visitantes extraterrestres à Terra e argumenta que não se encontram, entre todas as histórias de UFOs, Não há alguma prova física convincente.


Numa recriação da decifração da pedra da Roseta, ele conduz-nos ao Egito, onde Jean François Champollion foi pioneiro na decodificação das mensagens hieroglíficas deixadas por uma antiga civilização. A "Pedra da Roseta" da comunicação interestelar, argumenta ele, é o âmago da ciência.



O maior radiotelescópio do mundo está permanentemente capaz de receber mensagens radio enviadas por civilizações estranhas de qualquer ponto da Via Láctea. Na nave espacial da imaginação de Carl Sagan, este permite-nos uma rápida viagem através de um "computador galáctico", até ao repositório de dados de um mínimo de planetas de outras estrelas.



Para quem quiser assistir dublado em português:

Em 6 partes no YouTube:
Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=EncA6hlq4qE
Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=4cMmdy9UJdI
Parte 3
http://www.youtube.com/watch?v=U3ta3UFkfc4
Parte 4
http://www.youtube.com/watch?v=9KtHSxrPYqI
Parte 5
http://www.youtube.com/watch?v=csWU11OOUV4
Parte 6
http://www.youtube.com/watch?v=ULnywunsJtA


No VideoGoogle
http://video.google.com/videoplay?docid=-9043570484663204586

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Richard Dawkins- Os Inimigos da Razão

O cientista britânico Richard Dawkins não se deu por satisfeito em vender mais de 1 milhão de exemplares de um livro contra a crença em seres divinos, com sua obra "Deus, um delírio" promovida a best-seller em vários países e recém-lançada [16/08/2007] no Brasil pela editora Companhia das Letras (inclusive foi feito um documentário televisivo a respeito).


Ele agora aponta sua artilharia contra o que considera superstições e pseudociência: da astrologia à mediunidade, da homeopatia ao tarô.


O novo ataque do conceituado biólogo da Universidade de Oxford é o documentário "The enemies of reason" (em português, "Os inimigos da razão"), apresentado por Dawkins em dois episódios ("Slaves to superstition" ["Os escravos da superstição", 13/8/2007] e "The irrational health service" ["O serviço irracional de saúde", 20/8/2007]) no Canal 4 da televisão britânica, parte de um esforço (que muitos acham inútil) de desmontar as crenças e superstições que ele considera totalmente desprovidas de fundamento e provas, mas que convencem o público em vários países.

«Há duas formas de olhar o mundo - através da fé e superstição ou através do rigor da lógica, observação e evidência, por outras palavras, através da razão. A razão e o respeito pelas evidências são preciosas para a fonte do progresso humano e a nossa salvaguarda contra fundamentalistas e aqueles que lucram pela deturpação da verdade.


No entanto, hoje, a sociedade parece em fuga da razão. Sistemas de crenças aparentemente inócuos, mas completamente irracionais, da astrologia ao misticismo New Age, da clarividência às medicinas alternativas, estão em franca expansão.


Richard Dawkins confronta o que vê como uma epidemia de pensamento irracional e supersticioso».


Parte I: Os Escravos da Superstição




Parte 2:
http://br.youtube.com/watch?v=pAfePDsQX8k&feature=related
Parte 3:
http://br.youtube.com/watch?v=8eflo3AllbY&feature=related
Parte 4:
http://br.youtube.com/watch?v=G-qdD6dtFvU&feature=related
Parte 5:
http://br.youtube.com/watch?v=PeYXGf3fANs&feature=related
Parte 6:
http://br.youtube.com/watch?v=qxx-Gv7e4Yc&feature=related

As legendas não estão muito bem sincronizadas com o audio.


Na primeira parte do documentário, Dawkins ataca: Gurus, Astrologia e Mediunidade entre outras superstições nessa parte do documentário.

Dawkins argumenta que Gurus revestem suas crenças místicas de um palavreado pseudo-científico, seja para alegar que pirâmides ou cristais emitem “energia positiva” ou, como no caso do indiano Deepak Chopra, promover uma tal de “Cura Quantum”, que sugere ligação entre espiritualidade e tecnologia avançada.


"Muita coisa na teoria quantum pode até soar quase mística – como o Princípio da Incerteza, de Heisenberg (no plano subatômico, a observação de um elemento afeta sua localização). Mas isso é só porque ainda se desconhece muito no setor, há muito mistério, os cientistas continuam pesquisando. Mas as leis básicas da mecânica quântica estão aí e passam por testes. Nada têm de místicas”.


Astrologia é outro tema que irrita Dawkins em vários níveis. Em primeiro lugar, diz ele, porque não se sustenta em nenhuma base científica. Segundo, porque o termo confunde o público e afeta a reputação da verdadeira ciência no setor, Astronomia.


E em terceiro lugar, como implicância pessoal de quem, como ele, dedica a vida a divulgar ciência, incomoda ver horóscopos ocuparem mais espaço na mídia do que assuntos científicos.


Mediunidade é outra prática que Dawkins considera enganação de ingênuos, que muitas vezes embarcam na ilusão porque sentem falta de um ente querido que já morreu e caem na armadilha dos que alegam poder fazer contato com os mortos.


Mas e se os médiuns não são aproveitadores e, de fato, acreditam no que fazem?


Dawkins, ferrenho seguidor do também cientista britânico Charles Darwin, que desvendou o mecanismo da evolução das espécies, lembra o que foi dito do paleontólogo jesuíta Teilhard de Chardin, que promovia teorias peculiares sobre a evolução:


“Ele só pode ser desculpado pela desonestidade porque, antes de enganar os outros, ele se esforçou muito para enganar a si próprio.”


Parte II: O Serviço Irracional de Saúde





Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=KBBsOxQm9X8
Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=Dql2F_QkR2c
Parte 3: http://www.youtube.com/watch?v=GL2LxgJogEE
Parte 4: http://www.youtube.com/watch?v=dG9a85t1G04
Parte 5: http://www.youtube.com/watch?v=GfE3ysbpuHA


Nessa parte do documentário, Dawkins ataca às ditas medicinas alternativas, principalmente a Homeopatia.


A homeopatia é uma prática de medicina alternativa que atrai seguidores fiéis, inclusive entre muitos médicos no Reino Unido, no Brasil e em outros países.


Londres, por exemplo, tem um vasto hospital homeopático, renovado há pouco tempo com 20 milhões de libras (cerca de R$ 80 milhões) de verba pública – com apoio e considerável pressão do Príncipe Charles, um aficionado desse tratamento pouco ortodoxo (o príncipe é também conhecido por conversar com as plantas de seu jardim, conforme ele mesmo revelou).


Dawkins rechaça a teoria de que os remédios homeopatas funcionam porque seguem o princípio das vacinas, de combater “o mesmo com o mesmo”.


Biólogo por formação, ele explica que as vacinas usam uma forma enfraquecida, mas real do germe causador da doença e assim estimulam o sistema imunológico do organismo a criar anticorpos para combater a doença real.


A homeopatia, por outro lado, baseia-se no uso de uma dose tão diluída da molécula causadora do problema, que só teria uma suposta “lembrança” da doença. E quanto mais diluída, mais eficaz, uma lógica que Dawkins considera contraditória e absurda.


Dawkins esclarece que sua principal implicância com a homeopatia é a recusa dos seus promotores de submetê-la a testes padrões de qualidade, obrigatórios para remédios comuns.


"Costumo dizer aos médicos que usam homeopatia: se vocês conseguirem provar a teoria da lembrança da molécula ser mais eficaz quanto mais diluída for a fórmula do remédio, terão descoberto uma nova força na Física. Ou a homeopatia não tem nenhum efeito – e neste caso vocês não deveriam cobrar consulta nem remédio – ou então tem efeito – e neste caso vocês devem provar e ganhar o Prêmio Nobel", disse Dawkins em entrevista à imprensa britânica.


Dawkins reconhece o benefício do chamado “efeito placebo”. Ou seja, diante da atenção do médico e da recomendação para tomar uma substância água-com-açúcar que lhe é passada como remédio eficaz, o paciente se deixa levar pela sugestão e, em muitos casos, pode até se sentir melhor.


É o fator psicológico, cada vez mais difícil de se obter em consultórios médicos regulares, onde as consultas são rápidas e os médicos são proibidos de receitar pílulas placebo. Mas curar doenças sérias com homeopatia, diz ele, é uma pretensão sem base na realidade. Em outras palavras, charlatanice.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

In The Name Of God- Dream Theater

Composição: John Petrucci

Como isso pode ser?
Por que ele é o escolhido?

Santo desviado
Com um cetro e uma arma

Aprenda a acreditar
No poderoso e no forte

Venha, sangre a besta
Siga-me, não vai demorar

[Refrão]
Ouça quando o profeta
Fala contigo
Matando em nome de Deus

Paixão
Juntando a fé na violência
Em nome de Deus

Reto é o caminho
Que leva à sua salvação
Matando o fraco
Eliminação étnica

Num dia todos nós
Seremos levados embora
Você será salvo
Desde que você obedeça

Mentiras
Ferramentas do diabo dentro de nós
Escritas em disfarce divino
Feitas para enganar e dividir
Nós todos

[Refrão]
Ouça quando o profeta
Fala contigo
Matando em nome de Deus

Paixão
Juntando a fé na violência
Em nome de Deus

Misturando as linhas
Entre virtude e pecado
Eles não conseguem dizer
Onde Deus termina
E a humanidade começa

Eles não conhecem outra
Vida além dessa
Desde o berço
São clamados

[Refrão]
Ouça quando o profeta
Fala contigo
Matando em nome de Deus

Paixão
Juntando a fé na violência
Em nome de Deus

Centenas de crentes
Atraídos para um culto apocalíptico
Todos perecerão
Em nome de Deus

Messias auto-proclamado
Levando os servidores
Para as suas mortes
Oitenta assassinados
Em nome de Deus

Quarenta filhos e filhas
Esposas múltiplas não-consentidas
Perversões
Em nome de Deus

Religião do underground
Virando-se
Em direção à luz do mainstream
Devoção cega
Em nome de Deus

Violência justificada
Citando do livro sagrado
Ensinando o ódio
Em nome de Deus

[Refrão]
Ouça quando o profeta
Fala contigo
Matando em nome de Deus

Paixão
Juntando a fé na violência
Em nome de Deus

Crenças religiosas
Obsessão fanática
Seguir a fé
Leva à violência?

Cruzada submissora
Revelação divina
Seguir a fé
Leva à violência?

sábado, 19 de julho de 2008

Orgulho da cor da própria pele? Não seja ridículo

DRAUZIO VARELLA

Éramos todos negros.

A você que se orgulha da cor da própria pele (seja ela qual for), tenho um conselho: não seja ridículo


ATÉ ONTEM , éramos todos negros. Você dirá: se gorilas e chimpanzés, nossos parentes mais chegados, também o são, e se os primeiros hominídeos nasceram justamente na África negra há 5 milhões de anos, qual a novidade?

A novidade é que não me refiro a antepassados remotos, do tempo das cavernas (em que medíamos um metro de altura), mas a populações européias e asiáticas com aparência física indistinguível da atual.


Trinta anos atrás, quando as técnicas de manipulação do DNA ainda não estavam disponíveis, Luca Cavalli-Sforza, um dos grandes geneticistas do século 20, conduziu um estudo clássico com centenas de grupos étnicos espalhados pelo mundo.

Com base nas evidências genéticas encontradas e nos arquivos paleontológicos, Cavalli-Sforza concluiu que nossos avós decidiram emigrar da África para a Europa há meros 100 mil anos.


Como os deslocamentos eram feitos com grande sacrifício, só conseguiram atingir as terras geladas localizadas no norte europeu cerca de 40 mil anos atrás.

A adaptação a um continente com invernos rigorosos teve seu preço. Como o faz desde os primórdios da vida na Terra sempre que as condições ambientais mudam, a foice impiedosa da seleção natural ceifou os mais frágeis. Quem eram eles?


Filhos e netos de negros africanos, nômades, caçadores, pescadores e pastores que se alimentavam predominantemente de carne animal. Dessas fontes naturais absorviam a vitamina D, elemento essencial para construir ossos fortes, sistema imunológico eficiente e prevenir enfermidades que vão do raquitismo à osteoporose; do câncer, às infecções, ao diabetes e às complicações cardiovasculares.



Há 6.000 anos, quando a agricultura se disseminou pela Europa e fixou as famílias à terra, a dieta se tornou sobretudo vegetariana.



De um lado, essa mudança radical tornou-as menos dependentes da imprevisibilidade da caça e da pesca; de outro, ficou mais problemático o acesso às fontes de vitamina D.

Para suprir as necessidades de cálcio do esqueleto e garantir a integridade das demais funções da vitamina D, a seleção natural conferiu vantagem evolutiva aos que desenvolveram um mecanismo alternativo para obter esse micronutriente: a síntese na pele mediada pela absorção das radiações ultravioletas da luz do sol.


A dificuldade da pele negra de absorver raios ultravioletas e a necessidade de cobrir o corpo para enfrentar o frio deram origem às forças seletivas que privilegiaram a sobrevivência das crianças com menor concentração de melanina na pele.



As previsões de Cavalli-Sforza foram confirmadas por estudos científicos recentes.

Na Universidade Stanford, Noah Rosemberg e Jonathan Pritchard realizaram exames de DNA em 52 grupos de habitantes da Ásia, África, Europa e Américas.


Conseguiram dividi-los em cinco grupos étnicos cujos ancestrais estiveram isolados por desertos extensos, oceanos ou montanhas intransponíveis: os africanos da região abaixo do Saara, os asiáticos do leste, os europeus e asiáticos que vivem a oeste do Himalaia, os habitantes de Nova Guiné e Melanésia e os indígenas das Américas.



Quando os autores tentaram atribuir identidade genética aos habitantes do sul da Índia, entretanto, verificaram que suas características eram comuns a europeus e a asiáticos, achado compatível com a influência desses povos na região.



Concluíram, então, que só é possível identificar indivíduos com grandes semelhanças genéticas quando descendem de populações isoladas por barreiras geográficas que impediram a miscigenação.



No ano passado, foi identificado um gene, SLC24A5, provavelmente responsável pelo aparecimento da pele branca européia.



Num estudo publicado na revista "Science", o grupo de Keith Cheng seqüenciou esse gene em europeus, asiáticos, africanos e indígenas do continente americano.

Tomando por base o número e a periodicidade das mutações ocorridas, os cálculos iniciais sugeriram que as variantes responsáveis pelo clareamento da pele estabeleceram-se nas populações européias há apenas 18 mil anos.


No entanto, como as margens de erro nessas estimativas são apreciáveis, os pesquisadores tomaram a iniciativa de seqüenciar outros genes, localizados em áreas vizinhas do genoma. Esse refinamento técnico permitiu concluir que a pele branca surgiu na Europa, num período que vai de 6.000 a 12 mil anos atrás. A você, leitor, que se orgulha da cor da própria pele (seja ela qual for), tenho apenas um conselho: não seja ridículo.



(FSP, 26 de abril de 2008)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Consequências da Obesidade


O foco desse artigo são as conseqüências da obesidade, mas claro que não se pode falar das conseqüências, sem falar o que é obesidade, sua causas, seus tipos, tratamentos e prevenções. Então o assunto será mais detalhado na parte das conseqüências, mas sem esquecer das outras partes.

Como são inúmeras, as doenças ligadas a obesidade, o artigo acabou ficando meio grande, então disponibilizei o artigo para download.Claro que ele também pode ser lido como arquivo offline da página. Qualquer problema com o link, favor informar

http://www.4shared.com/file/55701944/824bcef9/Consequncias_da_Obesidade.html

Estudos comprovam que mais da metade da população humana está obesa ou acima do peso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a obesidade como doença. E também é reconhecida pela OMS como uma epidemia global.

O que é obesidade?

De acordo com a OMS, a obesidade é uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando apresenta 20% ou mais acima do peso máximo estimado para a sua altura.

A obesidade é um importante problema de saúde em países desenvolvidos e o aumento da sua prevalência em países em desenvolvimentos, especialmente na América Latina prediz um caráter epidêmico. No Brasil os inquéritos das últimas 3 décadas projetam resultados que são bastantes preocupantes com relação ao aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade em adultos e também com relação aos custos diretos e indiretos dessa patologia.


Quais os tipos de obesidade?

Existem dois padrões de obesidade

Obesidade Visceral (maçã)

Obesidade Visceral localizada principalmente dentro da cavidade abdominal. Esse tipo de gordura é perigosa porque causa a liberação de hormônios que causam Hipertensão arterial e Diabetes, logo diminuem a quantidade de vida. As pessoas que tem esse padrão de distribuição gordurosa geralmente tem cintura grande. Esse padrão lembra uma "maça” pois parece uma bola no centro do corpo. É o padrão de obesidade masculina, ou seja andróide.

Obesidade Subcutânea (pêra)

Obesidade Subcutânea localizada em baixo da pele, principalmente nádegas e coxas. Esse tipo de gordura não produz hormônios tão perigosos, porem devido as alterações de quadril e coxas causa dificuldade na movimentação corporal, logo diminuem a qualidade de vida. As pessoas desse grupo têm a parte superior do abdômen mais fina que a inferior e por isso assumem aspecto de "pêra". É o padrão de obesidade feminina, ou seja, ginecóide.

Quais as causas da obesidade?

O excesso de gordura resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, em que a quantidade de energia ingerida é superior à quantidade de energia desperdiçada.

As principais causas da obesidade são: genéticas, psíquicas, comportamentais e ambientais.

Genéticas

Existem provas científicas que sugerem haver uma predisposição genética que determina, em certos indivíduos, uma maior acumulação de gordura na zona abdominal, em resposta ao excesso de ingestão de energia e/ou à diminuição da atividade física.

Psíquicas

Grande parte dos obesos tem uma alteração psíquica que o induz a superalimentação de forma compulsiva.

Comportamentais

A diminuição dos gastos energéticos associados aos atuais hábitos alimentares com excesso de gorduras e carnes, e com pouca ou nenhuma fibra, são os principais responsáveis pelo elevado índice de obesidade.

A obesidade também está ligada ao sedentarismo, a troca de exercícios físicos por mais horas de televisão, jogos eletrônicos ou jogos de computador, internet etc.

Ambientais

Em ambientes superurbanizados há inúmeros fatores que nos fazem evitar a perda de calorias do dia a dia, como: automóveis, escadas rolantes, elevadores etc. Além ,é claro, do inúmeros lanches rápidos e gordurosos que fazemos na rua devido ao tempo corrido.

Aqueles que moram em um ambiente violento têm mais chances de se tornarem obesos, devido ao medo de freqüentarem as ruas por seqüestros, atropelamentos, balas perdidas etc. E criando o costume de ter prazer sentados, vendo TV, no computador etc.

Como saber se estou obeso?

Há muitos anos, o médico francês DR. Quetelet achou que os diferentes estados da obesidade poderiam ser, matematicamente, definidos pela equação:
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL = PESO ( em Kg )/ ALTURA (em metros ²)

Esse índice define não só o grau de severidade da obesidade, mas também os riscos. Quanto mais alto o IMC maior o risco de complicações sérias (ver tabela a seguir).

A OMS definiu a obesidade como doença e decidiu indicar seu grau de severidade pelo IMC.

Neste site:
http://www.copacabanarunners.net/imc.html há uma calculadora automática para o IMC que além de calcular o índice de massa corporal, também lhe fornece a faixa ideal de peso para a sua altura.

Vou fazer um exemplo com as minhas medidas:

Minha massa (vulgarmente peso)= 66 Kg
Minha altura= 1,85 m
Meu IMC= 19.28
Faixa de peso ideal: Entre 64 Kg e 85 kg

Segundo a tabela eu tenho maior probabilidade de ser um indivíduo saudável. \o/. Teste você também.


IMC

Níveis obesidade

Problemas de saúde

<18,5

Baixo peso

Peso baixo para a altura. Maior probabilidade de anorexia.

18,5 – 24,9

Peso Normal

Maior probabilidade de ser um indivíduo saudável.


25 – 29,9

Pré-obesidade

Alguma probabilidade de problemas de saúde. Predisposição a tornar-se obeso.

30-34,9

Obesidade Grau I

Risco Moderado de diabetes tipo II, hipertensão, colesterol, cardiopatia.

35 – 39,9

Obesidade Grau II

Risco Grave. Aumenta o risco das doenças associadas. O risco de mortalidade aumenta 50%.

> 40

Obesidade Grau III ou obesidade mórbida

Risco Muito Grave. O risco de doenças associadas assim como a mortalidade aumenta 90%.


Qual o Papel das indústrias alimentícias nisso?

Somos vítimas do marketing promovido pelas fábricas de guloseimas, onde embalagens coloridas e propagandas tentadoras nos induzem a compulsão. Sempre caímos, também, na armadilha dos crocantes: Você consegue parar de comer batatas fritas “Pringles” ou chocolates “Bis” enquanto houver unidades à vista?

Parte da indústria alimentícia interfere nos planos de combate a obesidade. O lobby das empresas, principalmente de refrigerantes, é massivo e parece inibir as estratégias de combate as doenças crônicas.

O governo dos E.U.A, aliado à indústria, criou várias oposições às estratégias de ação global contra a obesidade em 1990 e desde então houve um assustador aumento da obesidade, das taxas de diabetes, da obesidade infantil e da síndrome metabólica em adolescentes.

Não se pode ceder aos interesses da poderosa indústria alimentícia que chegou a forçar a OMS a adiar a revisão das estratégias globais de alimentação, atividade física e saúde, que diminuiria a recomendação de gordura, sal e açúcar na dieta.

Os interesse econômicos fazem com que as evidências científicas sejam questionadas pelo governo, principalmente com relação ao marketing dos alimentos de alta densidade energética e dos fast-foods em geral e com relação à quantidade de açúcar adicionado à dieta. Questionaram ainda os benefícios da ingestão de frutas e verduras como protetores da saúde e a recomendação da ingestão de sal.

Enquanto a OMS recomenda uma ingestão de, no máximo, 10% das calorias diárias na forma de açúcar, algumas associações sugerem que uma cota de 25% seria aceitável.

Temos que saber que os interesses financeiros das indústrias não podem se sobrepor aos interesses da saúde pública.

Quais as consequências da obesidade?

Algumas doenças ligadas à obesidade:

Apnéia do Sono

É caracterizada por episódios freqüentes de apnéia e hipopnéia durante o sono, e causada pela obstrução parcial ou completa das vias aéreas, apesar de esforço respiratório. A interrupção do sono e a hipóxia prejudicam a qualidade do sono, causando sonolência diurna e disfunção cardio-pulmonar. A maioria dos pacientes apresenta IMC> 30kg/m2, gordura abdominal e aumento da circunferência do pescoço.

Está freqüentemente associada à obesidade, quem tem esse problema costuma roncar muito enquanto dorme, acordando com a sensação de estar sufocado.Por dormir mal a noite, a pessoa tem muito sono durante o dia. Isso pode deixá-la irritada, mal humorada e deprimida.


Asma

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Em indivíduos susceptíveis esta inflamação causa episódios recorrentes de tosse, chiado, aperto no peito, e dificuldade para respirar. A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos tais como alérgenos, irritantes químicos, fumaça de cigarro, ar frio ou exercícios.

Quando expostos a estes estímulos, as vias aéreas ficam edemaciadas (inchadas), estreitas, cheias de muco e excessivamente sensíveis aos estímulos.

Estudos feitos pelos cientistas do King's College London comprovam que as células presentes nos pulmões dos asmáticos além de produzirem uma proteína que causa a doença respiratória, as células também fabricam uma proteína responsável pelo aumento do apetite.

Vários estudos americanos e europeus sugerem que os asmáticos têm mais tendência à obesidade porque normalmente evitam os exercícios físicos, levando uma vida mais sedentária.

Azia

Azia, também conhecida como "refluxo gastroesofágico", ou simplesmente refluxo, é a sensação de queimação causada pelo retorno do suco gástrico para o esôfago. Quando comemos, os alimentos percorrem o esôfago e, antes de chegar ao estômago, atravessam o esfíncter esofágico inferior que deve manter-se fechado após a passagem do bolo alimentar para impedir que os ácidos digestivos refluam pelo esôfago acima. Às vezes, porém, os músculos desse esfíncter perdem a elasticidade e permanecem abertos, permitindo o refluxo que causa dor e a queimação típica da azia.
Geralmente, a acidez estomacal ocorre após as refeições. O estômago cheio pressiona o suco gástrico que flui para o esôfago, porque o funcionamento do esfíncter está alterado.
A hérnia de hiato, causa mais freqüente do mau funcionamento do esfíncter esofágico inferior, é responsável por muitos casos de azia.

Câncer Colo-Retal

O câncer colo-retal abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto. Tanto homens como mulheres são igualmente afetados, sendo uma doença tratável e freqüentemente curável quando localizada no intestino (sem extensão para outros órgãos).

Os principais fatores de risco são: idade acima de 50 anos; história familiar de câncer de cólon e reto; história pessoal pregressa de câncer de ovário, endométrio ou mama; dieta com alto conteúdo de gordura, carne e baixo teor de cálcio; obesidade e sedentarismo.

Para prevenir o câncer de Colo-Retal deve-se ter uma dieta rica em frutas, vegetais, fibras, cálcio, folato, e pobre em gorduras animais. A ingestão excessiva e prolongada de bebidas alcoólicas deve ser evitada. Como prevenção é indicada uma dieta saudável e a prática de exercícios físicos.

Câncer de Mama

O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.

No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres.

A obesidade nas mulheres após a menopausa aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama e se elas continuarem aumentando de peso depois dos 50 anos, correm mais risco de morrer da doença.

Câncer Endometrial

O câncer de endométrio é a neoplasia maligna mais comum dos órgãos genitais femininos.

A manifestação clínica mais comum é o sangramento genital, estando presente em 80 a 90% dos casos, no entanto em algumas mulheres o sintoma inicial pode ser apenas um corrimento que pode variar entre seroso e sanguinolento.

A cintura maior que 86 centímetros apresenta o dobro de chances de desenvolver câncer de útero em comparação às mulheres com cintura abaixo de 79 centímetros. A ligação entre obesidade e câncer se mostra particularmente forte entre as mulheres que já passaram pela menopausa, que nunca haviam tomado pílulas contraceptivas e nem passado por terapia hormonal. Outro fator de risco relacionado ao câncer endometrial é o ganho de mais de 20 quilos a partir dos 20 anos de idade.

Obesidade, gordura abdominal e ganho de peso acelerado em adultos possuem relação direta com o risco de câncer endometrial. As mulheres obesas (com índice de massa corporal acima de 30) têm o dobro do risco de câncer se comparadas às mulheres com peso normal (índice entre 19 e 25).

Câncer de Próstata

Câncer de próstata ou cancro da próstata é uma doença na qual ocorre o desenvolvimento de um cancro/câncer na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino. Ocorre quando as células da próstata sofrem mutações e começam a se multiplicar sem controle. Estas células podem se espalhar (metástase) a partir da próstata em direção a outras partes do corpo, especialmente ossos e linfonodos.O câncer de próstata pode causar dor, dificuldade em urinar, disfunção erétil e outros sintomas.

Uma nova pesquisa revela que quanto mais pesado um homem estiver quando for diagnosticada a doença, maior será seu risco de morte. De acordo com a pesquisa, homens obesos diagnosticados com câncer de próstata têm duas vezes mais probabilidade de morrer da doença do que homens com peso normal. A pesquisa mostra que a taxa de morte de homens com peso normal com câncer de próstata avançado foi de 6,5%, comparado com 13% de homens obesos e com excesso de peso. Ainda não se sabe se perder peso após um diagnóstico de câncer de próstata faz diferença para a sobrevivência do paciente.

Outros tipos de Câncer associados à obesidade:

*
Útero
*Ovário
*Vesículas Billar
*Intestino Grosso

Derrame Cerebral

O acidente vascular cerebral (AVC), ou Acidente vascular encefálico (AVE), vulgarmente chamado de "derrame cerebral", é caracterizado pela interrupção da irrigação sanguínea das estruturas do encéfalo, ou seja, ocorre quando o sangue que sustenta o cérebro com oxigênio e glicose deixa de atingir a região, ocasionando a perda da funcionalidade dos neurônios. É uma doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia ou hemorragia.

Vários estudos apontam para a associação entre IMC e relação cintura/quadril com a incidência de AVC. O aumento de 1 ponto no IMC implica no aumento do risco de 4% no AVC isquêmico e 6% no AVC hemorrágico. Estes fenômenos são decorrentes dos estados pró-trombótico e inflamatório, presentes quando do acúmulo de tecido adiposo, em especial, da adiposidade abdominal.

Diabetes

A obesidade aumenta a resistência à insulina e a intolerância à glicose. Além disso, a presença de obesidade exacerba as anormalidades metabólicas no diabetes tipo 2 (e também no diabetes tipo 1), tais como hipertensão arterial e dislipidemias. Muitos pacientes diabéticos apresentam um perfil lipídico francamente aterogênico, com aumentos nas frações pequenas e densas do LDL, redução do HDL e aumento dos triglicerídeos. A presença de obesidade dificulta o manejo clínico do diabetes e torna mais difícil o tratamento farmacológico oral ou a insulinoterapia, fazendo com que haja um concomitante aumento na morbidade e mortalidade geral nos pacientes diabéticos obesos.

A coexistência de obesidade e diabetes, que são fatores de risco independentes para a hipertensão arterial e para as doenças cardiovasculares, aumenta o risco para estas doenças. Quando comparados com diabéticos de peso normal, os diabéticos obesos com IMC entre 30 e 33 exibem uma mortalidade 2,5 a 3,3 vezes maior, e 5,2 a 7,9 vezes maior se o IMC for maior que 35.

A perda de peso desempenha um papel de melhora em praticamente todas as co-morbidades do diabetes. Quando o paciente inicia uma restrição calórica rigorosa, observa-se uma redução das glicemias de jejum logo na primeira semana. Esta redução precoce na glicemia de jejum é um reflexo da redução da produção hepática de glicose, que ocorre antes mesmo da redução do peso corporal. Com a progressão da perda de peso e, em especial, com a manutenção desta perda de peso, ocorre uma melhora consistente do controle glicêmico, que se reflete numa redução da hemoglobina glicada. Logicamente, a magnitude da melhora metabólica é proporcional à perda de peso, mas perdas modestas em torno de 5 a 10% do peso corporal implicam em significantes reduções das glicemias, hemoglobina glicada, insulinemia e demais co-morbidades metabólicas do diabetes.

Dislipidemias

Dislipidemias é a presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue. Os lipídios (moléculas gordurosas) são transportados numa cápsula de proteína, e a densidade dos lipídios e o tipo de proteína determinam o destino da partícula e sua influência no metabolismo.

Algumas investigações confirmam a importância da hipertrigliceridemia e de níveis baixos de lipoproteínas de alta densidade (HDL) em obesos, mas a influência da obesidade nos níveis de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) ainda é controversa (Lottenberg, 1998). Contudo, trabalhos baseados nos dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES II) confirmaram as alterações do perfil lipídico encontradas anteriormente (aumento de triglicerídios e diminuição de HDL) em todas as faixas etárias, além de incremento do colesterol total, principalmente à custa de LDL em jovens e de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) em idosos, demonstrando de maneira inequívoca a importância do diagnóstico e tratamento concomitante da obesidade e distúrbios lipídicos (Lottenberg, 1998).

Doença Arterial Coronariana

O exame das artérias coronárias post-mortem de indivíduos entre 15 e 34 anos revelou que a presença e extensão de estrias gordurosas e placas ateroscleróticas nas coronárias de indivíduos jovens estava relacionada com o IMC e a adiposidade abdominal. Além disso, a densidade de macrófagos na parede da coronária se relacionou ao volume de gordura visceral. O aumento da prevalência de DAC em mulheres no pós-menopausa é, em parte, explicada pelo acúmulo de gordura intra-abdominal nesta fase da vida. Diversos estudos prospectivos indicam uma associação entre obesidade e a presença de DAC.

Doença Hepática

A obesidade está associada a uma gama de alterações hepáticas como: hepatomegalia, aumento das enzimas hepáticas, alteração na histologia hepática (esteatose macrovesicular, esteatohepatite, fibrose e cirrose). Essas alterações são denominadas de doença gordurosa não alcoólica do fígado. A despeito das suas características clínicas, laboratoriais e histológicas serem bem documentadas, sua fisiopatologia não está totalmente elucidada. A hipótese integrada estabelece que a NAFLD resulta de 2 ou mais fatores de agressão ao fígado. O primeiro agressor é a esteatose, causada pela alteração do metabolismo lipídico. O aumento da lipólise do tecido adiposo leva a um aumento da oferta de triglicérides, a um aumento da lipogênese hepática e diminuição da oxidação de ácidos graxos. O segundo agressor é peroxidação hepática dos lípides com produção de citocinas inflamatórias, levando ao dano celular e à fibrose.

Doenças Ovarianas e no Sistema Reprodutor Feminino

A obesidade está relacionada a ciclos menstruais irregulares, amenorréia e infertilidade. A obesidade na gestação está relacionada ao risco de diabetes gestacional e hipertensão e má formação fetal e complicações no parto. O excesso de peso predispõe à incontinência urinária de esforço, principalmente em mulheres multíparas. As adipocitocinas (leptina, adiponectina e resistina) influenciam a homeostasia e afetam a fertilidade feminina. A leptina altera a produção de GnRH e gonadotrofinas, e tem uma ação complexa sobre o funcionamento dos ovários e endométrio, bem como no desenvolvimento do embrião. Existem evidências de uma ação central de adiponectina na regulação da função ovariana e, mais recentemente, foi demonstrada a presença de receptores para adiponectina nos ovários. Isto, em conjunto com conhecida sinalização na via AMPK sensível a nutrientes, indica este hormônio produzido pelo tecido adiposo como um possível alvo terapêutico da reprodução e da fertilidade.

Gota

Gota é uma doença caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue, o que leva a um depósito de cristais de monourato de sódio nas articulações. É este depósito que gera os surtos de artrite aguda secundária que tanto incomodam seus portadores.

É importante saber que nem todas as pessoas que estiverem com a taxa de ácido úrico elevada (hiperucemia) serão portadoras de gota (somente 20% dos hiperucêmicos desenvolverão a doença). A maioria dos portadores de gota é composta por homens adultos.

Suas causas são: Ausência congênita de um mecanismo enzimático responsável pela excreção do ácido úrico pelos rins. Sem a eliminação adequada, há um aumento da concentração desse ácido no sangue; Produção excessiva de ácido úrico pelo organismo devido a um “defeito” enzimático. Neste caso, a pessoa produz uma grande quantidade de ácido úrico e os rins não conseguem eliminá-la. Esta causa é menos comum.

Existe uma associação de hiperuricemia e gota com obesidade. A hiperuricemia está associada à obesidade abdominal e à síndrome metabólica, em especial com a resistência à insulina.

Hiperglicemia

Hiperglicemia é o aumento da glicose no sangue. A SBD considera que valores acima de 126 mg em jejum são suspeitos de diabetes. Valores acima de 200 mg em qualquer ocasião fazem o diagnóstico.

As pessoas com diabetes que fazem monitorização da glicose rotineiramente podem detectar aumentos da glicemia, sem, entretanto, apresentar quaisquer sintomas de hiperglicemia.

As possíveis causas da Hiperglicemia são: Diabetes mellitus primária ou secundária a outras doenças; Muita comida, sem nenhuma restrição; Pouco exercício; Síndrome Metabólica.

Hipertensão Arterial

É a chamada pressão alta.

Geralmente a pessoa só descobre que tem a doença quando mede a pressão.

Se não for controlada, pode danificar órgãos nobres como:
• Coração;
• Cérebro;
• Fígado;
• Rins;
• e acelerar o processo de endurecimento e entupimento das artérias (a chamada aterosclerose).

Evidências de que a obesidade é a maior causa de hipertensão são provenientes de inúmeros estudos, indicando que a maioria dos hipertensos apresenta excesso de peso; de estudos clínicos mostrando que a perda de peso é uma medida eficaz para controle da hipertensão; e de estudos populacionais evidenciando que o ganho de peso é um dos melhores indicadores para prever o desenvolvimento da hipertensão arterial. O Framingham Heart Study, no qual os participantes foram prospectivamente acompanhados por até 44 anos, estimou que o excesso de peso corporal seria responsável por cerca de 26% dos casos de hipertensão nos homens e 28%, em mulheres; e por cerca de 23% dos casos de doença cardíaca coronariana em homens e 15% em mulheres.

Infertilidade

Segundo a "American Society for Reprodutive Medicine", dois estudos mostram que a obesidade pode comprometer a fertilidade de homens e mulheres.

Segundo os estudos, entre os homens com IMC superior a 25, a redução na concentração de espermatozóides no sêmen é de 24% e entre as mulheres com IMC superior a 25, a redução na taxa de gravidez é de 30%.

Chama a atenção a faixa etária dos participantes do estudo: 19 anos, em média. Nessa idade, é muito raro o homem apresentar problemas da produção de espermatozóides. O trabalho mostra que a obesidade exerce mesmo uma grande influência na fertilidade masculina. As mulheres que participaram do estudo foram submetidas à fertilização "in vitro".

Insuficiência cardíaca congestiva

A elevação do IMC predispõe à ICC pela promoção de hipertensão, diabetes e doença arterial coronariana. Para cada incremento no IMC, estima-se um aumento no risco de ICC de 5% para homens e 7% para mulheres. Existe um contínuo aumento do risco sem um limiar definido de IMC, o qual a ICC passaria a ocorrer. Por um outro lado, após a instalação da ICC, os indivíduos com maior IMC têm um risco menor de hospitalização e de mortalidade, quando comparados àqueles com ICC e IMC normal. Ao contrário, IMC elevado aumenta a morbi-mortalidade após o transplante cardíaco.

Litíase biliar

A obesidade é importante fator de risco para litíase biliar, principalmente em mulheres. O risco de litíase aumenta linearmente com IMC. Mulheres obesas têm 2 x mais chances de litíase do que mulheres magras; e obesas mórbidas, 7 x mais chances. O risco de litíase biliar é menor em homens, e não se correlaciona com IMC. O risco aumentado de litíase biliar é parcialmente explicado pelo aumento do turnover de colesterol relacionado ao aumento de gordura corporal. A produção de colesterol está linearmente relacionada à gordura corporal, sendo que 20 mg de colesterol adicional é sintetizado para cada 1 kg extra de peso. O excesso de colesterol é excretado na bile, e com o aumento da sua concentração, em relação aos ácidos biliares e fosfolípides, ocorre a precipitação em cálculos. O risco de litíase biliar também aumenta com redução rápida de peso. A incidência de litíase está em 25-30 % após cirurgia bariátrica.
Osteoartrite

Osteoartrite nas articulações que sustentam o peso corporal. O peso corporal excessivo sobre as articulações, principalmente joelhos e quadris, resultam em desgaste rápido e dor causada pela inflamação. Da mesma forma, os ossos e músculos das costas são constantemente prejudicados resultando em problemas de hérnia de disco, dor e redução da mobilidade.

Outras doenças ligadas à obesidade: Pancreatite; Hipoventilação; Miocardiopatia; Insuficiência venosa, trombose venosa e embolia pulmonar; Arritmias; Arteriosclerose; Depressão; Incontinência Urinária; Irregularidades menstruais etc.

Consequências psicológicas e sociais da obesidade

Uma das conseqüências mais dolorosas da obesidade pode ser o sofrimento emocional. A sociedade enfatiza o aparência física e muitas vezes associa atratividade à magreza, especialmente para mulheres. Isso faz as pessoas acima do peso se sentirem sem atrativos.

Como me tratar?

O tratamento da obesidade deve ser sempre clínico e orientado por um endocrinologista.
É baseado em reeducação alimentar, incentivo a atividades físicas, apoio psicológico e freqüentemente conta com apoio de medicamentos como:

a) Antidepressivos: Pois algumas vezes a depressão pode causar a fome compulsiva.

b) Hipofagiantes: Diminuem a fome se dividem em 2 subtipos:

b1) Anorexígenos: Diminuem o apetite.
b2) Sacietogenos: Aumentam a sensação de saciedade.

c) Excretores: Promovem a excreção da gordura ingerida na alimentação.

O tratamento clínico da obesidade tem caráter eterno, pois a tendência para engordar é também eterna nessas pessoas.

Quais as dicas para não me tornar um obeso?

a) Comer as coisas certas com freqüência e fazer várias refeiçõezinhas por dia.
A filosofia por traz dessa dica é nunca passar fome, pois a fome provoca a diminuição da serotonina, isso provoca uma alteração psíquica, chamada de “binge” pelos americanos, que, por sua vez provoca uma “compulsão enlouquecida” que faz o paciente assaltar a geladeira inteira, pondo a perder o sucesso da dieta.

b) As fórmulas mágicas, com diuréticos e laxantes, além de não darem resultado satisfatório, podem causar danos à saúde. O único caminho para emagrecer é a “reeducação alimentar com prática de atividade física regular”.

c) Nunca encha o estômago. O estomago é uma bolsa distensível. Conserve-o sempre pequeno.

d) Coma com calma, mastigando bem os alimentos, pois após 20 minutos de mastigação lenta a fome terá passado. Inicie a refeição com saladas para conseguir um pouco de saciedade antes do prato quente.

e) Beba muita água durante o dia, pelo menos de 6 a 8 copos.

f) Evite as gorduras saturadas de origem animal, como as carnes vermelhas, queijos amarelos, leite, ovos, manteiga. Elas aumentam o nível de colesterol ruim (LDL). Essa gordura tende a depositar-se na região abdominal.
Prefira as gorduras poliinsaturadas, como peixes, amendoim, óleo de soja e milho, ou as monoinsaturadas, como azeite de oliva e óleo de girassol e canola. Estas, sem exagero, aumentam o colesterol bom (HDL).

g) Não adianta fazer uma dieta frenética por 2 meses para emagrecer rapidamente 10 quilos pois em pouco tempo você recuperará esses quilos. Está provado que 85% dos pacientes que fazem dietas frenéticas recuperam o peso em 2 anos. Além disso, essas dietas fazem mal a saúde pois o paciente fica privado de certos elementos (conforme a dieta utilizada).
O ideal é aceitar uma reeducação alimentar e adotá-la por toda a vida, ingerindo uma dieta balanceada e variada, comendo todos os tipos de proteína, gorduras certas e os carboidratos em quantidade adequada, acompanhada de atividade física e tratamento psicológico.
Lembre-se que do total de calorias consumidas por uma pessoa 60% deve vir dos Carboidratos, 30% das gorduras e 10% das proteínas.

Referências Bibliográficas

*ABESO
*Asma sob controle
*Cancer Research UK
*Cirurgia da Obesidade Mórbida
*Drauzio Varella
*Enciclopédia Medicina alternativa
*Franco e Rizzi, cirurgia da obesidade
*Instituto Nacional do Câncer
*Portal da Saúde
*Sociedade Brasileira de Diabetes
*Wikipídia

domingo, 13 de julho de 2008

Editora Globo dando calote em seus clientes

Editora Globo está assinando revistas em nome de seus clientes e fazendo cobranças no cartão de crédito sem informar.


Pela segunda vez a editora globo assinou revistas e cobrou pagamento do cartão de crédito de Leonardo Marques, sem o seu consentimento.



Para cancelar a assinatura, a editora Globo ainda queria cobrar duas faturas para depois devolver o dinheiro.



O Atendimento não possuía ouvidoria e muito menos supervisor.



Inúmeros atendentes e ex-atendentes da editora globo assumiram que eles debitam assinatura sem o consentimento do cliente e ensinam os atendentes a venderem assim.



A editora globo não é a única. Aqui na velox, eu usava o provedor da Oi. Inúmeras vezes o preço da Velox foi aumentado (chegando a dobrar), além de quando pedimos o cancelamento do provedor da Oi, além de não cancelaram o preço do provedor dobrou. Claro que nas duas vezes foram erros, porém são erros propositais, muitas pessoas usam o débito automático e quase não possuem tempo para checarem se ocorreu tudo direito. E esse tipo de empresa se aproveita.



Sempre que puderem, façam como o Leonardo. Gravem as conversas.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

COSMOS de Carl Sagan- Episódio 11: A Persistência da Memória

http://www.guba.com/watch/3000083780

O cérebro humano é ponto de embarque de todas as nossas viagens cósmicas. É um repositório de informação, como são os genes que evoluíram muito mais cedo e os livros que despontaram muito mais tarde.


Carl Sagan leva-nos a bordo de um navio de pesquisa oceânica para examinarmos uma das outras espécies inteligentes que conosco partilham o planeta... as grandes baleias.



Impele-nos depois a uma caminhada pelo cérebro humano para que testemunhemos a arquitetura do pensamento. Carl Sagan penetra na "Biblioteca cerebral", onde estão armazenados trilhões de bits de informação. Um pouco da informação existente nos nossos genes, nos nossos cérebros e nas nossas bibliotecas, foi lançado a bordo da nave espacial interestelar Voyager... Uma mensagem dentro de uma garrafa, dirigida a seres de outras épocas e de outros mundos.



Para quem quiser ver dublado em português

Em 6 partes no YouTube

Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=pHVySUiiHO4
Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=Mpz5TfW_GSE
Parte 3
http://www.youtube.com/watch?v=J_pot23Fs5s
Parte 4
http://www.youtube.com/watch?v=lcBGzS33jaw
Parte 5
http://www.youtube.com/watch?v=1KBDS4o-4sY
Parte 6
http://www.youtube.com/watch?v=sF9g_Z5uOsc

No ViodeGoogle
http://video.google.com/videoplay?docid=-3893032669575996763

quarta-feira, 9 de julho de 2008

COSMOS de Carl Sagan- Episódio 10: O limite da eternidade

Qual é a origem do universo? Qual é o seu destino? Continuará a expandir-se para sempre ou sofrerá um dia um colapso? Carl Sagan explora o tempo em que as estrelas e galáxias se começaram a formar, e mostra como neste século os seres humanos descobriram a expansão do Universo.


Vamos até à Índia onde uma velha cerimônia comemora os ciclos da Natureza. Tal como os modernos astrofísicos, a mitologia Hindu fala de um universo velho de bilhões de anos e da possibilidade de ciclos eternos de morte e renascimento. São explorados mundos de duas e quatro dimensões antes de Carl Sagan desaparecer num buraco negro.



Ele conduz-nos então às planícies do Novo México onde 27 radiotelescópios gigantes sondam as mais longínquas fronteiras do espaço onde os astrônomos conjecturam qual o destino que aguarda o Cosmos: expansão eterna sem limites ou oscilação sem fim.

Para quem quiser assistir dublado em português

Em 6 partes no YouTube
Parte 1
http://br.youtube.com/watch?v=yZ6gUTXfO7k
Parte 2
http://br.youtube.com/watch?v=HTHNXJhPcU4
Parte 3
http://br.youtube.com/watch?v=loLfldx0rO0
Parte 4
http://br.youtube.com/watch?v=Btj9uY8_7ik
Parte 5
http://br.youtube.com/watch?v=9BHIpgP-Qk4
Parte 6
http://br.youtube.com/watch?v=iuvN357AVhc

No Videogoogle completo
http://video.google.com/videoplay?docid=2175203109135385858

domingo, 6 de julho de 2008

150 Anos da Teoria da Evolução


No dia 1° de Julho comemorou-se os 150 anos da Teoria da Evolução de Charles Darwin. Uma das idéias mais importante da história. Em homenagem ao aniversário da publicação da teoria, irei postar o link para o consagrado livro "A Origem das Espécie". Porém não irei postar uma simples sinopse, mas sim um artigo, publicado pela Folha de São Paulo, de toda a história da Teoria. Desde sua viagem no Beagle.

Obs: Não confuda-se. Não são 150 anos do livro. São 150 anos da teoria.

A Origem das Espécies
http://www.4shared.com/file/24594129/7f07759f/Charles_Darwin_-_Origem_das_Espcies__doc___rev_.html

São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008
Folha de S. Paulo, domingo.
Um começo tão simples

TEORIA DA EVOLUÇÃO, UMA DAS IDÉIAS MAIS IMPORTANTES DO PENSAMENTO OCIDENTAL, NASCEU HÁ 150 ANOS, MAS SEU REAL IMPACTO PASSOU DESPERCEBIDO NA OCASIÃO

CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA

Quase ninguém notou na hora, mas o mundo mudou no dia 1º de julho de 1858. Há 150 anos, um grupo de naturalistas reunidos na Sociedade Lineana de Londres ouviu a leitura conjunta de três textos. Seus autores eram o galês Alfred Russel Wallace e o inglês Charles Robert Darwin. Os documentos delineavam uma "teoria muito engenhosa" para explicar "o aparecimento e a perpetuação de variedades e formas específicas no nosso planeta". Nascia a teoria da evolução pela seleção natural. Depois dela, o pensamento ocidental e a biologia nunca mais foram os mesmos.
Os membros do clubinho dos naturalistas não se deram conta do tamanho da revolução que testemunhavam. Estavam assoberbados com cinco outros trabalhos lidos na mesma ocasião, entre eles uma carta "sobre a vegetação em Angola" e a descrição de um novo gênero da família das abobrinhas. Questionado sobre o que havia sido publicado naquele ano, Thomas Bell, presidente da Sociedade Lineana, respondeu: "Nada de revolucionário".
Bell se arrependeria de seu julgamento no ano seguinte, quando Darwin detalhou a teoria evolutiva no livro "A Origem das Espécies". Na Inglaterra vitoriana, dominada pelo pensamento cristão, a obra caiu como uma bomba. Nela Darwin sugeria que todos os organismos da Terra, da mais humilde ameba até os seres humanos, descendiam de um único antepassado. Homem e macaco, na imagem mais ilustre, partilhavam um ancestral comum (mais tarde, o bispo de Oxford perguntaria a Thomas Huxley, amigo de Darwin, se ele descendia de um macaco por parte de avô ou de avó).

Mais importante, no entanto, foi a maneira como Darwin e Wallace solucionaram o "problema das espécies". A teoria postulava que a variedade entre os indivíduos numa população surge ao acaso. Indivíduos possuidores de características que os favoreçam na "luta pela sobrevivência" na natureza tenderão a deixar mais descendentes, modificando uma população. O acúmulo dessas modificações ao longo das eras acaba produzindo novas espécies. Não há, portanto, a necessidade de invocar a atuação divina na criação de todas as espécies. A teoria eliminou o sobrenatural da biologia, criando um cisma que se aprofundaria nas décadas posteriores.
No ano que vem, o mundo comemora o "Ano de Darwin", com os 150 anos da "Origem" e o bicentenário do nascimento do naturalista (1809-1888). Mas a revolução darwinista teve seu início de forma acanhada, no "não-evento" científico de julho de 1858 -no qual o próprio Darwin foi um mero coadjuvante. Nas próximas páginas, você verá como uma idéia tão poderosa surgiu de um começo tão simples.

Teoria está mais jovem do que nunca

PRECEITOS CENTRAIS DO DARWINISMO TORNARAM-SE O EIXO DE TODA A PESQUISA BIOMÉDICA MODERNA

MARCELO NÓBREGA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Diz-se que, ao ouvir sobre a teoria de Darwin, uma senhora da sociedade vitoriana resumiu assim seu desconforto: "Vamos torcer para que o Sr. Darwin esteja errado. Mas, se estiver certo, vamos torcer para que essas idéias não se espalhem muito".
Darwin, mais do que ninguém, entendia as implicações desalentadoras de sua teoria para a noção de que os humanos ocupam uma posição especial na natureza. "É como confessar um crime" dizia.
Foram necessários 70 anos para provar que Darwin estivera certo desde o início.Vários remendos foram necessários à teoria evolutiva original. O mais importante deles foi o reconhecimento de outras forças evolutivas além da seleção natural. No que é conhecido como "deriva genética", é amplamente aceito que várias características genéticas podem se disseminar em uma população puramente ao acaso, sem que a seleção natural precise ficar "escrutinando dia e noite cada variação", como escreveu Darwin na "Origem das Espécies".
Curiosamente, há um recente clamor, especialmente nas ciências sociais, de que uma mudança radical nas nossas idéias sobre hereditariedade e evolução se faz mister, frente a supostas descobertas bombásticas na biologia molecular que traem os preceitos "genocêntricos" do darwinismo.
Entre estas, a descrição de que certos traços podem ser herdados de uma geração para outra sem correspondente variação no DNA -fenômeno chamado de "epigenética"-, ou que modificações ou surgimento de certos traços às vezes precedem variação genética nessas populações, violando o preceito de que evolução se dá exclusivamente em variações genéticas preexistentes, randômicas. Acredita-se, por exemplo, que variações genéticas que tornaram humanos adultos tolerantes à lactose podem ter aparecido somente depois de estes terem instituído o consumo de leite, há cerca de 10 mil anos.

Por que Darwin rejeitou o design inteligente

BRITÂNICO CHEGOU ÀS GALÁPAGOS IMBUÍDO DA MENTALIDADE CRIACIONISTA, QUE LHE IMPEDIU DE ENXERGAR EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO

FRANK J. SULLOWAY

Um dos sinais de uma teoria científica verdadeiramente revolucionária é o fato de demorar muito para ser aceita pela maioria das pessoas. Foi apenas recentemente que o Vaticano admitiu ter errado na infame condenação a Galileu, em 1633, por sua defesa da teoria de que a Terra gira em torno do Sol. Do mesmo modo, hoje, 150 anos após primeiro serem publicadas, as teorias de Charles Darwin continuam a suscitar hostilidade em muitos países, devido à rejeição por Darwin da idéia de que a vida manifesta um propósito inteligente.
É irônico o fato de que o próprio Darwin, em certa época, esteve fascinado pela teoria de que todas as espécies surgem em função de um design inteligente -a mesma teoria que, mais tarde, ele procurou eliminar da ciência em seu livro "A Origem das Espécies" (1859).
Popularizada no século 17, essa doutrina buscava unir uma celebração da obra de Deus com o estudo da ciência. Esses argumentos alcançaram seu ápice nos escritos do reverendo William Paley, que expôs suas idéias em "Teologia Natural" (1802). As muitas provas que ele apresentou em favor do design inteligente fascinaram e convenceram o jovem Darwin.
O que desencadeou a dramática mudança de opinião de Darwin em relação à origem das espécies foi a viagem de cinco anos que ele fez em volta ao mundo no navio "HMS Beagle", e, especialmente, sua visita de cinco semanas às ilhas Galápagos em setembro e outubro de 1835. Reza a lenda que Darwin converteu-se à teoria da evolução durante essa visita breve, vivendo algo como um momento "eureca!".

A história real da conversão de Darwin, que só se deu um ano e meio mais tarde, após seu retorno à Inglaterra, nos diz muito mais sobre como a ciência é feita de fato, especialmente sobre como a teoria guia a observação e prepara a mente e como é necessária persistência obstinada para transformar teorias controversas em fatos aceitos.
Durante a permanência de Darwin nas Galápagos, a teoria criacionista o preparou para aquilo que ele observou e compreendeu nas ilhas. Essa teoria também ditou o que ele deixou de observar e compreender. Num primeiro momento, ele esforçou-se com diligência para conciliar com o paradigma criacionista as criaturas novas e estranhas que encontrou naquele arquipélago isolado. Segundo essa teoria, diferentes "centros de criação" explicavam por que a flora e a fauna da Terra diferiam de uma região a outra -ou de um continente a outro. Darwin ainda não se dera conta de que uma parcela do planeta tão minúscula quanto o arquipélago de Galápagos poderia ser, ela própria, um "centro de criação".
Certos fatos inesperados relativos a Galápagos solaparam a credibilidade de qualquer explicação criacionista daquilo que Darwin, mais tarde, descreveria como "o mistério dos mistérios -o primeiro surgimento de novos seres nesta terra". Em particular, várias espécies distintas evoluíram ao longo do tempo em cada uma das ilhas do grupo das Galápagos, de acordo com o povoamento dessas ilhas por colonos ocasionais que ali conseguiram chegar desde a América Central ou do Sul. Darwin foi alertado para essa possibilidade pelo vice-governador das ilhas, Nicholas Lawson, que insistiu que "as tartarugas das diferentes ilhas diferem entre elas, e que ele poderá perceber com certeza de que ilha qualquer uma for trazida".

Num primeiro momento, Darwin não deu atenção às observações de Lawson, ainda tendo a mente dominada pela teoria criacionista. Ela dizia que as espécies podem modificar-se, e se modificam, reagindo aos ambientes locais. Como um elástico que resiste ao ser esticado, qualquer modificação do tipo específico e supostamente imutável que fosse verificada entre as variedades era vista como desvio temporário.
Devido à sua visão criacionista, durante sua estadia nas Galápagos, Darwin não coletou um espécime sequer de tartaruga-gigante para finalidades científicas. Em vez disso, as 48 tartarugas capturadas pelo Beagle na ilha de San Cristóbal foram mais tarde comidas por Darwin e seus companheiros de navio, sendo suas carapaças atiradas ao mar.
Essa mesma mentalidade criacionista ajuda a explicar porque, num primeiro momento, Darwin deixou de compreender o mais célebre exemplo das Galápagos da evolução em ação: os famosos tentilhões de Darwin. Quatorze espécies de tentilhões se desenvolveram nas Galápagos a partir da forma ancestral encontrada nas Américas Central e do Sul. Nos últimos 2 milhões de anos, esse processo de evolução resultou numa radiação adaptativa tão impressionante em nichos ecológicos diversos que algumas dessas espécies não se parecem com tentilhões típicos. Num primeiro momento, Darwin pensou que algumas delas nem sequer fossem tentilhões.
O caso dos tentilhões-das-galápagos confundiu Darwin a tal ponto que, no momento em que capturou os pássaros, ele não se deu conta de que todas as espécies eram estreitamente aparentadas ou que o número de espécies em um grupo de aves poderia resultar do fato de elas terem evoluído em ilhas diferentes. Por isso, ele não fez qualquer esforço para classificar suas coleções ornitológicas por ilha -um erro que lamentou sinceramente mais tarde.

Darwin tampouco teve a oportunidade de observar esses tentilhões de maneira suficientemente detalhada para aperceber-se de que os tamanhos e formatos de seus bicos guardavam relação estreita com suas dietas -um "insight" importante que a lenda equivocadamente lhe atribui.
Apesar de ter estado armado de uma teoria inadequada durante sua estadia em Galápagos, Darwin era um naturalista bom demais para não observar que os quatro espécimes de "mockingbirds" que coletou, cada uma de uma ilha diferente, ou eram variedades ou espécies distintas. Não sendo ornitólogo, Darwin não sabia ao certo como interpretar essa anomalia. Em julho de 1836, nove meses após sua visita às Galápagos, ele refletiu sobre o caso dos "mockingbirds" e recordou o que lhe tinha sido dito sobre as tartarugas:
"Quando vejo essas ilhas visíveis umas desde as outras e possuindo apenas uma quantidade escassa de animais, habitadas por essas aves mas ligeiramente distintas em sua estrutura e ocupando o mesmo lugar na natureza, devo suspeitar de que são apenas variedades ... Se existe fundamento para essas observações, então a zoologia dos arquipélagos valerá a pena ser examinada, pois tais fatos enfraqueceriam a estabilidade das espécies."
A chave para interpretar esse trecho célebre -que aventa a revolução darwinista mas em seguida afasta-se dela- está na frase "devo suspeitar de que são apenas variedades", premissa que Darwin compreendia ser plenamente coerente com a teoria criacionista.
O que o impedia de dar o passo crucial da ortodoxia científica para a heterodoxia era a ausência de informações sobre a classificação ornitológica correta, algo que só lhe estaria disponível após seu retorno à Inglaterra.

Darwin retornou à Inglaterra em 2 de outubro de 1836. Três meses depois, deixou suas coleções de aves com John Gould, ornitólogo da Sociedade Zoológica de Londres. Gould imediatamente se deu conta da natureza extraordinária dos espécimes colhidos por Darwin nas Galápagos. Em março de 1837, Gould informou Darwin de que três de seus quatro espécimes de "mockingbird" eram espécies distintas, até então desconhecidas da ciência. Gould também informou a Darwin que sua coleção incluía 13 ou possivelmente 14 espécies de tentilhões muito incomuns. De repente, após as análises taxonômicas de Gould, as Galápagos se haviam convertido num "centro de criação" distinto.
As conclusões de Gould parecem ter deixado Darwin estarrecido. Ele rapidamente se deu conta de que, se Gould estivesse certo, a barreira entre as espécies distintas tinha sido de alguma maneira rompida por esses pássaros, isolados nas diferentes ilhas. A evolução gradual graças ao isolamento geográfico era a única explicação plausível, a não ser que se pensasse que Deus, como um jardineiro obsessivo-compulsivo, tivesse ido de uma ilha a outra no arquipélago, caprichosamente criando espécies separadas mas estreitamente aliadas, com a intenção de ocupar os mesmos nichos ecológicos.
Reforçado por uma perspectiva evolutiva da natureza, Darwin foi capaz de enxergar os tentilhões sob uma ótica radicalmente nova. Apenas agora ele passou a compreender a extensão de seu descuido anterior, quando deixou de rotular por ilha a maior parte das aves que trouxera das Galápagos.
Felizmente, Darwin sabia que três outros colecionadores que tinham viajado no Beagle (o capitão FitzRoy entre eles) também tinham coletado espécimes. E todos esses espécimes tinham sido rotulados segundo a ilha de sua procedência. É sintomático que tenham sido os não-cientistas do Beagle, que não eram movidos por uma teoria, como Darwin, que registraram as evidências científicas que Darwin, partindo de uma abordagem criacionista, havia visto como sendo supérfluas.

Darwin passou a entender que o isolamento geográfico era uma parte crucial da resposta quanto a como as espécies se transformam no decorrer o tempo. Mas o isolamento, por si só, não bastava para explicar as adaptações das espécies a seus ambientes locais.

Malthus explica
Depois de estudar e rejeitar uma série de hipóteses, Darwin, em setembro de 1838, leu por acaso a edição de 1826 de "Ensaio sobre o Princípio da População", de Thomas Malthus. Este argumentava que as populações têm a tendência inata a crescer geometricamente. Na natureza, porém, a oferta de alimentos é limitada, de modo que a maioria da prole não sobrevive, sendo morta por predadores, fome e doenças.
Ao ler o livro de Malthus, Darwin se deu conta imediatamente de que, na eterna luta pela sobrevivência, variações ligeiras benéficas tenderiam a ser naturalmente selecionadas, levando à sobrevivência maior e, com isso, a um aumento nas características adaptativas, do mesmo modo em que o criador de animais domesticados obtém características desejadas selecionando as qualidades valorizadas nos animais. "Aqui, então, finalmente encontrei uma teoria com a qual trabalhar", observou Darwin em sua "Autobiografia". Ali, também, estava uma resposta digna de crédito a William Paley. Darwin percebeu que a seleção natural não era outra coisa senão o "projetista" de Paley.
Olhando através da lente poderosa da evolução pela seleção natural, Darwin então começou a reexaminar as premissas básicas do criacionismo e a comparar as previsões que se fariam com base nessas duas teorias radicalmente distintas.

Quanto mais extenso se tornava seu reestudo, mais ele foi compreendendo que o design inteligente era contradito de maneira avassaladora pelas evidências disponíveis. A reavaliação feita por Darwin atingiu seu ápice 22 anos mais tarde com "Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural", livro que o próprio Darwin descreveu, corretamente, perto de seu final, como "um só longo argumento". Era igualmente um argumento contra o criacionismo e, especialmente, contra o design inteligente.
As evidências relativas à distribuição geográfica, especialmente das ilhas oceânicas e suas relações biológicas com os continentes mais próximos, desempenham papel substancial no argumento de Darwin.
As ilhas Galápagos, por exemplo, abrigam várias espécies de animais e plantas estreitamente aparentadas com as do vizinho continente americano; no entanto, as características ambientais dessas ilhas não se assemelham em nada às das partes mais próximas do continente, que são tropicais.
Contrastando com isso, o árido ambiente vulcânico das Galápagos se assemelha estreitamente ao das ilhas de Cabo Verde, a 650 km da África. No entanto, a flora e a fauna de Cabo Verde guardam mais semelhança com espécies que vivem no continente africano, não com as das Galápagos. Por que um possível projetista inteligente, indagou Darwin, colocaria dois carimbos criativos completamente diferentes -um africano e outro americano- sobre espécies que vivem em ambientes quase idênticos e ocupam nichos ecológicos semelhantes? Não fazia sentido.
Como Darwin trabalhou durante 20 anos sobre rascunhos da obra que acabaria virando "A Origem das Espécies", ele conseguiu explicar o mundo natural de uma maneira como ninguém nunca fizera antes. Em última análise, o que sua transformação de criacionista em evolucionista revela sobre ela -e sobre a ciência, de modo mais geral, é que a melhor ciência é feita a serviço de uma teoria realmente boa.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

Devemos legalizar as drogas?

Dissertação que minha professora de Leitura e Produção de Texto passou para a turma fazer, escolhendo um lado e defendendo-o. Acho que foi baseado em um depoimento do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que no momento alegou que a legalização das drogas poria um fim nas guerras por pontos de vendas de drogas nas favelas. Será que poria mesmo? Veremos


Em um país onde é combatido diariamente o tráfico de drogas e com esse combate inúmeros inocentes perdem suas vidas, legalizar as drogas parece ser algo positivo. Porém a realidade é outra.


Mesmo com as drogas proibidas, há inúmeras guerras de traficantes contra traficantes que como conseqüência também geram vítimas inocentes, e com as drogas legalizadas, as guerras por pontos de vendas só aumentariam, mesmo com essas drogas vendidas por farmácias.


Hoje em dia o álcool é o principal fator de acidentes automobilísticos, estupros e também principalmente à agressão às esposas por maridos embriagados. Bebidas alcoólicas estão em fácil acesso até para menores de idade.


As drogas que possuem reações negativas muito maiores que a bebida alcoólica, mesmo proibida, causam inúmeras conseqüências negativas. Legalizada e mais acessiva a todos, incluindo menores, e associada à bebida alcoólica as conseqüências negativas duplicarão ou até mesmo triplicarão. Por um lado o Governo sairia ganhando com a legalização, pois cobraria imensos impostos sobre comercialização de drogas, além de ter um crime a menos para se preocupar.Por outro os gastos do governo com reabilitações de alcoólatras e dependentes químicos aumentará, com isso faltando recursos para outras áreas, o que não é desejável por nenhum cidadão brasileiro.
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Uma pergunta que me veio muito depois de ter escrito essa dissertação. O que aconteceria com os indivíduos presos por posse e por tráfico de drogas? Provavelmente seriam soltos, já que o motivo que os levou a serem preso não é mais crime.