sexta-feira, 18 de julho de 2008

Consequências da Obesidade


O foco desse artigo são as conseqüências da obesidade, mas claro que não se pode falar das conseqüências, sem falar o que é obesidade, sua causas, seus tipos, tratamentos e prevenções. Então o assunto será mais detalhado na parte das conseqüências, mas sem esquecer das outras partes.

Como são inúmeras, as doenças ligadas a obesidade, o artigo acabou ficando meio grande, então disponibilizei o artigo para download.Claro que ele também pode ser lido como arquivo offline da página. Qualquer problema com o link, favor informar

http://www.4shared.com/file/55701944/824bcef9/Consequncias_da_Obesidade.html

Estudos comprovam que mais da metade da população humana está obesa ou acima do peso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a obesidade como doença. E também é reconhecida pela OMS como uma epidemia global.

O que é obesidade?

De acordo com a OMS, a obesidade é uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando apresenta 20% ou mais acima do peso máximo estimado para a sua altura.

A obesidade é um importante problema de saúde em países desenvolvidos e o aumento da sua prevalência em países em desenvolvimentos, especialmente na América Latina prediz um caráter epidêmico. No Brasil os inquéritos das últimas 3 décadas projetam resultados que são bastantes preocupantes com relação ao aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade em adultos e também com relação aos custos diretos e indiretos dessa patologia.


Quais os tipos de obesidade?

Existem dois padrões de obesidade

Obesidade Visceral (maçã)

Obesidade Visceral localizada principalmente dentro da cavidade abdominal. Esse tipo de gordura é perigosa porque causa a liberação de hormônios que causam Hipertensão arterial e Diabetes, logo diminuem a quantidade de vida. As pessoas que tem esse padrão de distribuição gordurosa geralmente tem cintura grande. Esse padrão lembra uma "maça” pois parece uma bola no centro do corpo. É o padrão de obesidade masculina, ou seja andróide.

Obesidade Subcutânea (pêra)

Obesidade Subcutânea localizada em baixo da pele, principalmente nádegas e coxas. Esse tipo de gordura não produz hormônios tão perigosos, porem devido as alterações de quadril e coxas causa dificuldade na movimentação corporal, logo diminuem a qualidade de vida. As pessoas desse grupo têm a parte superior do abdômen mais fina que a inferior e por isso assumem aspecto de "pêra". É o padrão de obesidade feminina, ou seja, ginecóide.

Quais as causas da obesidade?

O excesso de gordura resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, em que a quantidade de energia ingerida é superior à quantidade de energia desperdiçada.

As principais causas da obesidade são: genéticas, psíquicas, comportamentais e ambientais.

Genéticas

Existem provas científicas que sugerem haver uma predisposição genética que determina, em certos indivíduos, uma maior acumulação de gordura na zona abdominal, em resposta ao excesso de ingestão de energia e/ou à diminuição da atividade física.

Psíquicas

Grande parte dos obesos tem uma alteração psíquica que o induz a superalimentação de forma compulsiva.

Comportamentais

A diminuição dos gastos energéticos associados aos atuais hábitos alimentares com excesso de gorduras e carnes, e com pouca ou nenhuma fibra, são os principais responsáveis pelo elevado índice de obesidade.

A obesidade também está ligada ao sedentarismo, a troca de exercícios físicos por mais horas de televisão, jogos eletrônicos ou jogos de computador, internet etc.

Ambientais

Em ambientes superurbanizados há inúmeros fatores que nos fazem evitar a perda de calorias do dia a dia, como: automóveis, escadas rolantes, elevadores etc. Além ,é claro, do inúmeros lanches rápidos e gordurosos que fazemos na rua devido ao tempo corrido.

Aqueles que moram em um ambiente violento têm mais chances de se tornarem obesos, devido ao medo de freqüentarem as ruas por seqüestros, atropelamentos, balas perdidas etc. E criando o costume de ter prazer sentados, vendo TV, no computador etc.

Como saber se estou obeso?

Há muitos anos, o médico francês DR. Quetelet achou que os diferentes estados da obesidade poderiam ser, matematicamente, definidos pela equação:
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL = PESO ( em Kg )/ ALTURA (em metros ²)

Esse índice define não só o grau de severidade da obesidade, mas também os riscos. Quanto mais alto o IMC maior o risco de complicações sérias (ver tabela a seguir).

A OMS definiu a obesidade como doença e decidiu indicar seu grau de severidade pelo IMC.

Neste site:
http://www.copacabanarunners.net/imc.html há uma calculadora automática para o IMC que além de calcular o índice de massa corporal, também lhe fornece a faixa ideal de peso para a sua altura.

Vou fazer um exemplo com as minhas medidas:

Minha massa (vulgarmente peso)= 66 Kg
Minha altura= 1,85 m
Meu IMC= 19.28
Faixa de peso ideal: Entre 64 Kg e 85 kg

Segundo a tabela eu tenho maior probabilidade de ser um indivíduo saudável. \o/. Teste você também.


IMC

Níveis obesidade

Problemas de saúde

<18,5

Baixo peso

Peso baixo para a altura. Maior probabilidade de anorexia.

18,5 – 24,9

Peso Normal

Maior probabilidade de ser um indivíduo saudável.


25 – 29,9

Pré-obesidade

Alguma probabilidade de problemas de saúde. Predisposição a tornar-se obeso.

30-34,9

Obesidade Grau I

Risco Moderado de diabetes tipo II, hipertensão, colesterol, cardiopatia.

35 – 39,9

Obesidade Grau II

Risco Grave. Aumenta o risco das doenças associadas. O risco de mortalidade aumenta 50%.

> 40

Obesidade Grau III ou obesidade mórbida

Risco Muito Grave. O risco de doenças associadas assim como a mortalidade aumenta 90%.


Qual o Papel das indústrias alimentícias nisso?

Somos vítimas do marketing promovido pelas fábricas de guloseimas, onde embalagens coloridas e propagandas tentadoras nos induzem a compulsão. Sempre caímos, também, na armadilha dos crocantes: Você consegue parar de comer batatas fritas “Pringles” ou chocolates “Bis” enquanto houver unidades à vista?

Parte da indústria alimentícia interfere nos planos de combate a obesidade. O lobby das empresas, principalmente de refrigerantes, é massivo e parece inibir as estratégias de combate as doenças crônicas.

O governo dos E.U.A, aliado à indústria, criou várias oposições às estratégias de ação global contra a obesidade em 1990 e desde então houve um assustador aumento da obesidade, das taxas de diabetes, da obesidade infantil e da síndrome metabólica em adolescentes.

Não se pode ceder aos interesses da poderosa indústria alimentícia que chegou a forçar a OMS a adiar a revisão das estratégias globais de alimentação, atividade física e saúde, que diminuiria a recomendação de gordura, sal e açúcar na dieta.

Os interesse econômicos fazem com que as evidências científicas sejam questionadas pelo governo, principalmente com relação ao marketing dos alimentos de alta densidade energética e dos fast-foods em geral e com relação à quantidade de açúcar adicionado à dieta. Questionaram ainda os benefícios da ingestão de frutas e verduras como protetores da saúde e a recomendação da ingestão de sal.

Enquanto a OMS recomenda uma ingestão de, no máximo, 10% das calorias diárias na forma de açúcar, algumas associações sugerem que uma cota de 25% seria aceitável.

Temos que saber que os interesses financeiros das indústrias não podem se sobrepor aos interesses da saúde pública.

Quais as consequências da obesidade?

Algumas doenças ligadas à obesidade:

Apnéia do Sono

É caracterizada por episódios freqüentes de apnéia e hipopnéia durante o sono, e causada pela obstrução parcial ou completa das vias aéreas, apesar de esforço respiratório. A interrupção do sono e a hipóxia prejudicam a qualidade do sono, causando sonolência diurna e disfunção cardio-pulmonar. A maioria dos pacientes apresenta IMC> 30kg/m2, gordura abdominal e aumento da circunferência do pescoço.

Está freqüentemente associada à obesidade, quem tem esse problema costuma roncar muito enquanto dorme, acordando com a sensação de estar sufocado.Por dormir mal a noite, a pessoa tem muito sono durante o dia. Isso pode deixá-la irritada, mal humorada e deprimida.


Asma

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Em indivíduos susceptíveis esta inflamação causa episódios recorrentes de tosse, chiado, aperto no peito, e dificuldade para respirar. A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos tais como alérgenos, irritantes químicos, fumaça de cigarro, ar frio ou exercícios.

Quando expostos a estes estímulos, as vias aéreas ficam edemaciadas (inchadas), estreitas, cheias de muco e excessivamente sensíveis aos estímulos.

Estudos feitos pelos cientistas do King's College London comprovam que as células presentes nos pulmões dos asmáticos além de produzirem uma proteína que causa a doença respiratória, as células também fabricam uma proteína responsável pelo aumento do apetite.

Vários estudos americanos e europeus sugerem que os asmáticos têm mais tendência à obesidade porque normalmente evitam os exercícios físicos, levando uma vida mais sedentária.

Azia

Azia, também conhecida como "refluxo gastroesofágico", ou simplesmente refluxo, é a sensação de queimação causada pelo retorno do suco gástrico para o esôfago. Quando comemos, os alimentos percorrem o esôfago e, antes de chegar ao estômago, atravessam o esfíncter esofágico inferior que deve manter-se fechado após a passagem do bolo alimentar para impedir que os ácidos digestivos refluam pelo esôfago acima. Às vezes, porém, os músculos desse esfíncter perdem a elasticidade e permanecem abertos, permitindo o refluxo que causa dor e a queimação típica da azia.
Geralmente, a acidez estomacal ocorre após as refeições. O estômago cheio pressiona o suco gástrico que flui para o esôfago, porque o funcionamento do esfíncter está alterado.
A hérnia de hiato, causa mais freqüente do mau funcionamento do esfíncter esofágico inferior, é responsável por muitos casos de azia.

Câncer Colo-Retal

O câncer colo-retal abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto. Tanto homens como mulheres são igualmente afetados, sendo uma doença tratável e freqüentemente curável quando localizada no intestino (sem extensão para outros órgãos).

Os principais fatores de risco são: idade acima de 50 anos; história familiar de câncer de cólon e reto; história pessoal pregressa de câncer de ovário, endométrio ou mama; dieta com alto conteúdo de gordura, carne e baixo teor de cálcio; obesidade e sedentarismo.

Para prevenir o câncer de Colo-Retal deve-se ter uma dieta rica em frutas, vegetais, fibras, cálcio, folato, e pobre em gorduras animais. A ingestão excessiva e prolongada de bebidas alcoólicas deve ser evitada. Como prevenção é indicada uma dieta saudável e a prática de exercícios físicos.

Câncer de Mama

O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.

No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres.

A obesidade nas mulheres após a menopausa aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama e se elas continuarem aumentando de peso depois dos 50 anos, correm mais risco de morrer da doença.

Câncer Endometrial

O câncer de endométrio é a neoplasia maligna mais comum dos órgãos genitais femininos.

A manifestação clínica mais comum é o sangramento genital, estando presente em 80 a 90% dos casos, no entanto em algumas mulheres o sintoma inicial pode ser apenas um corrimento que pode variar entre seroso e sanguinolento.

A cintura maior que 86 centímetros apresenta o dobro de chances de desenvolver câncer de útero em comparação às mulheres com cintura abaixo de 79 centímetros. A ligação entre obesidade e câncer se mostra particularmente forte entre as mulheres que já passaram pela menopausa, que nunca haviam tomado pílulas contraceptivas e nem passado por terapia hormonal. Outro fator de risco relacionado ao câncer endometrial é o ganho de mais de 20 quilos a partir dos 20 anos de idade.

Obesidade, gordura abdominal e ganho de peso acelerado em adultos possuem relação direta com o risco de câncer endometrial. As mulheres obesas (com índice de massa corporal acima de 30) têm o dobro do risco de câncer se comparadas às mulheres com peso normal (índice entre 19 e 25).

Câncer de Próstata

Câncer de próstata ou cancro da próstata é uma doença na qual ocorre o desenvolvimento de um cancro/câncer na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino. Ocorre quando as células da próstata sofrem mutações e começam a se multiplicar sem controle. Estas células podem se espalhar (metástase) a partir da próstata em direção a outras partes do corpo, especialmente ossos e linfonodos.O câncer de próstata pode causar dor, dificuldade em urinar, disfunção erétil e outros sintomas.

Uma nova pesquisa revela que quanto mais pesado um homem estiver quando for diagnosticada a doença, maior será seu risco de morte. De acordo com a pesquisa, homens obesos diagnosticados com câncer de próstata têm duas vezes mais probabilidade de morrer da doença do que homens com peso normal. A pesquisa mostra que a taxa de morte de homens com peso normal com câncer de próstata avançado foi de 6,5%, comparado com 13% de homens obesos e com excesso de peso. Ainda não se sabe se perder peso após um diagnóstico de câncer de próstata faz diferença para a sobrevivência do paciente.

Outros tipos de Câncer associados à obesidade:

*
Útero
*Ovário
*Vesículas Billar
*Intestino Grosso

Derrame Cerebral

O acidente vascular cerebral (AVC), ou Acidente vascular encefálico (AVE), vulgarmente chamado de "derrame cerebral", é caracterizado pela interrupção da irrigação sanguínea das estruturas do encéfalo, ou seja, ocorre quando o sangue que sustenta o cérebro com oxigênio e glicose deixa de atingir a região, ocasionando a perda da funcionalidade dos neurônios. É uma doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia ou hemorragia.

Vários estudos apontam para a associação entre IMC e relação cintura/quadril com a incidência de AVC. O aumento de 1 ponto no IMC implica no aumento do risco de 4% no AVC isquêmico e 6% no AVC hemorrágico. Estes fenômenos são decorrentes dos estados pró-trombótico e inflamatório, presentes quando do acúmulo de tecido adiposo, em especial, da adiposidade abdominal.

Diabetes

A obesidade aumenta a resistência à insulina e a intolerância à glicose. Além disso, a presença de obesidade exacerba as anormalidades metabólicas no diabetes tipo 2 (e também no diabetes tipo 1), tais como hipertensão arterial e dislipidemias. Muitos pacientes diabéticos apresentam um perfil lipídico francamente aterogênico, com aumentos nas frações pequenas e densas do LDL, redução do HDL e aumento dos triglicerídeos. A presença de obesidade dificulta o manejo clínico do diabetes e torna mais difícil o tratamento farmacológico oral ou a insulinoterapia, fazendo com que haja um concomitante aumento na morbidade e mortalidade geral nos pacientes diabéticos obesos.

A coexistência de obesidade e diabetes, que são fatores de risco independentes para a hipertensão arterial e para as doenças cardiovasculares, aumenta o risco para estas doenças. Quando comparados com diabéticos de peso normal, os diabéticos obesos com IMC entre 30 e 33 exibem uma mortalidade 2,5 a 3,3 vezes maior, e 5,2 a 7,9 vezes maior se o IMC for maior que 35.

A perda de peso desempenha um papel de melhora em praticamente todas as co-morbidades do diabetes. Quando o paciente inicia uma restrição calórica rigorosa, observa-se uma redução das glicemias de jejum logo na primeira semana. Esta redução precoce na glicemia de jejum é um reflexo da redução da produção hepática de glicose, que ocorre antes mesmo da redução do peso corporal. Com a progressão da perda de peso e, em especial, com a manutenção desta perda de peso, ocorre uma melhora consistente do controle glicêmico, que se reflete numa redução da hemoglobina glicada. Logicamente, a magnitude da melhora metabólica é proporcional à perda de peso, mas perdas modestas em torno de 5 a 10% do peso corporal implicam em significantes reduções das glicemias, hemoglobina glicada, insulinemia e demais co-morbidades metabólicas do diabetes.

Dislipidemias

Dislipidemias é a presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue. Os lipídios (moléculas gordurosas) são transportados numa cápsula de proteína, e a densidade dos lipídios e o tipo de proteína determinam o destino da partícula e sua influência no metabolismo.

Algumas investigações confirmam a importância da hipertrigliceridemia e de níveis baixos de lipoproteínas de alta densidade (HDL) em obesos, mas a influência da obesidade nos níveis de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) ainda é controversa (Lottenberg, 1998). Contudo, trabalhos baseados nos dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES II) confirmaram as alterações do perfil lipídico encontradas anteriormente (aumento de triglicerídios e diminuição de HDL) em todas as faixas etárias, além de incremento do colesterol total, principalmente à custa de LDL em jovens e de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) em idosos, demonstrando de maneira inequívoca a importância do diagnóstico e tratamento concomitante da obesidade e distúrbios lipídicos (Lottenberg, 1998).

Doença Arterial Coronariana

O exame das artérias coronárias post-mortem de indivíduos entre 15 e 34 anos revelou que a presença e extensão de estrias gordurosas e placas ateroscleróticas nas coronárias de indivíduos jovens estava relacionada com o IMC e a adiposidade abdominal. Além disso, a densidade de macrófagos na parede da coronária se relacionou ao volume de gordura visceral. O aumento da prevalência de DAC em mulheres no pós-menopausa é, em parte, explicada pelo acúmulo de gordura intra-abdominal nesta fase da vida. Diversos estudos prospectivos indicam uma associação entre obesidade e a presença de DAC.

Doença Hepática

A obesidade está associada a uma gama de alterações hepáticas como: hepatomegalia, aumento das enzimas hepáticas, alteração na histologia hepática (esteatose macrovesicular, esteatohepatite, fibrose e cirrose). Essas alterações são denominadas de doença gordurosa não alcoólica do fígado. A despeito das suas características clínicas, laboratoriais e histológicas serem bem documentadas, sua fisiopatologia não está totalmente elucidada. A hipótese integrada estabelece que a NAFLD resulta de 2 ou mais fatores de agressão ao fígado. O primeiro agressor é a esteatose, causada pela alteração do metabolismo lipídico. O aumento da lipólise do tecido adiposo leva a um aumento da oferta de triglicérides, a um aumento da lipogênese hepática e diminuição da oxidação de ácidos graxos. O segundo agressor é peroxidação hepática dos lípides com produção de citocinas inflamatórias, levando ao dano celular e à fibrose.

Doenças Ovarianas e no Sistema Reprodutor Feminino

A obesidade está relacionada a ciclos menstruais irregulares, amenorréia e infertilidade. A obesidade na gestação está relacionada ao risco de diabetes gestacional e hipertensão e má formação fetal e complicações no parto. O excesso de peso predispõe à incontinência urinária de esforço, principalmente em mulheres multíparas. As adipocitocinas (leptina, adiponectina e resistina) influenciam a homeostasia e afetam a fertilidade feminina. A leptina altera a produção de GnRH e gonadotrofinas, e tem uma ação complexa sobre o funcionamento dos ovários e endométrio, bem como no desenvolvimento do embrião. Existem evidências de uma ação central de adiponectina na regulação da função ovariana e, mais recentemente, foi demonstrada a presença de receptores para adiponectina nos ovários. Isto, em conjunto com conhecida sinalização na via AMPK sensível a nutrientes, indica este hormônio produzido pelo tecido adiposo como um possível alvo terapêutico da reprodução e da fertilidade.

Gota

Gota é uma doença caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue, o que leva a um depósito de cristais de monourato de sódio nas articulações. É este depósito que gera os surtos de artrite aguda secundária que tanto incomodam seus portadores.

É importante saber que nem todas as pessoas que estiverem com a taxa de ácido úrico elevada (hiperucemia) serão portadoras de gota (somente 20% dos hiperucêmicos desenvolverão a doença). A maioria dos portadores de gota é composta por homens adultos.

Suas causas são: Ausência congênita de um mecanismo enzimático responsável pela excreção do ácido úrico pelos rins. Sem a eliminação adequada, há um aumento da concentração desse ácido no sangue; Produção excessiva de ácido úrico pelo organismo devido a um “defeito” enzimático. Neste caso, a pessoa produz uma grande quantidade de ácido úrico e os rins não conseguem eliminá-la. Esta causa é menos comum.

Existe uma associação de hiperuricemia e gota com obesidade. A hiperuricemia está associada à obesidade abdominal e à síndrome metabólica, em especial com a resistência à insulina.

Hiperglicemia

Hiperglicemia é o aumento da glicose no sangue. A SBD considera que valores acima de 126 mg em jejum são suspeitos de diabetes. Valores acima de 200 mg em qualquer ocasião fazem o diagnóstico.

As pessoas com diabetes que fazem monitorização da glicose rotineiramente podem detectar aumentos da glicemia, sem, entretanto, apresentar quaisquer sintomas de hiperglicemia.

As possíveis causas da Hiperglicemia são: Diabetes mellitus primária ou secundária a outras doenças; Muita comida, sem nenhuma restrição; Pouco exercício; Síndrome Metabólica.

Hipertensão Arterial

É a chamada pressão alta.

Geralmente a pessoa só descobre que tem a doença quando mede a pressão.

Se não for controlada, pode danificar órgãos nobres como:
• Coração;
• Cérebro;
• Fígado;
• Rins;
• e acelerar o processo de endurecimento e entupimento das artérias (a chamada aterosclerose).

Evidências de que a obesidade é a maior causa de hipertensão são provenientes de inúmeros estudos, indicando que a maioria dos hipertensos apresenta excesso de peso; de estudos clínicos mostrando que a perda de peso é uma medida eficaz para controle da hipertensão; e de estudos populacionais evidenciando que o ganho de peso é um dos melhores indicadores para prever o desenvolvimento da hipertensão arterial. O Framingham Heart Study, no qual os participantes foram prospectivamente acompanhados por até 44 anos, estimou que o excesso de peso corporal seria responsável por cerca de 26% dos casos de hipertensão nos homens e 28%, em mulheres; e por cerca de 23% dos casos de doença cardíaca coronariana em homens e 15% em mulheres.

Infertilidade

Segundo a "American Society for Reprodutive Medicine", dois estudos mostram que a obesidade pode comprometer a fertilidade de homens e mulheres.

Segundo os estudos, entre os homens com IMC superior a 25, a redução na concentração de espermatozóides no sêmen é de 24% e entre as mulheres com IMC superior a 25, a redução na taxa de gravidez é de 30%.

Chama a atenção a faixa etária dos participantes do estudo: 19 anos, em média. Nessa idade, é muito raro o homem apresentar problemas da produção de espermatozóides. O trabalho mostra que a obesidade exerce mesmo uma grande influência na fertilidade masculina. As mulheres que participaram do estudo foram submetidas à fertilização "in vitro".

Insuficiência cardíaca congestiva

A elevação do IMC predispõe à ICC pela promoção de hipertensão, diabetes e doença arterial coronariana. Para cada incremento no IMC, estima-se um aumento no risco de ICC de 5% para homens e 7% para mulheres. Existe um contínuo aumento do risco sem um limiar definido de IMC, o qual a ICC passaria a ocorrer. Por um outro lado, após a instalação da ICC, os indivíduos com maior IMC têm um risco menor de hospitalização e de mortalidade, quando comparados àqueles com ICC e IMC normal. Ao contrário, IMC elevado aumenta a morbi-mortalidade após o transplante cardíaco.

Litíase biliar

A obesidade é importante fator de risco para litíase biliar, principalmente em mulheres. O risco de litíase aumenta linearmente com IMC. Mulheres obesas têm 2 x mais chances de litíase do que mulheres magras; e obesas mórbidas, 7 x mais chances. O risco de litíase biliar é menor em homens, e não se correlaciona com IMC. O risco aumentado de litíase biliar é parcialmente explicado pelo aumento do turnover de colesterol relacionado ao aumento de gordura corporal. A produção de colesterol está linearmente relacionada à gordura corporal, sendo que 20 mg de colesterol adicional é sintetizado para cada 1 kg extra de peso. O excesso de colesterol é excretado na bile, e com o aumento da sua concentração, em relação aos ácidos biliares e fosfolípides, ocorre a precipitação em cálculos. O risco de litíase biliar também aumenta com redução rápida de peso. A incidência de litíase está em 25-30 % após cirurgia bariátrica.
Osteoartrite

Osteoartrite nas articulações que sustentam o peso corporal. O peso corporal excessivo sobre as articulações, principalmente joelhos e quadris, resultam em desgaste rápido e dor causada pela inflamação. Da mesma forma, os ossos e músculos das costas são constantemente prejudicados resultando em problemas de hérnia de disco, dor e redução da mobilidade.

Outras doenças ligadas à obesidade: Pancreatite; Hipoventilação; Miocardiopatia; Insuficiência venosa, trombose venosa e embolia pulmonar; Arritmias; Arteriosclerose; Depressão; Incontinência Urinária; Irregularidades menstruais etc.

Consequências psicológicas e sociais da obesidade

Uma das conseqüências mais dolorosas da obesidade pode ser o sofrimento emocional. A sociedade enfatiza o aparência física e muitas vezes associa atratividade à magreza, especialmente para mulheres. Isso faz as pessoas acima do peso se sentirem sem atrativos.

Como me tratar?

O tratamento da obesidade deve ser sempre clínico e orientado por um endocrinologista.
É baseado em reeducação alimentar, incentivo a atividades físicas, apoio psicológico e freqüentemente conta com apoio de medicamentos como:

a) Antidepressivos: Pois algumas vezes a depressão pode causar a fome compulsiva.

b) Hipofagiantes: Diminuem a fome se dividem em 2 subtipos:

b1) Anorexígenos: Diminuem o apetite.
b2) Sacietogenos: Aumentam a sensação de saciedade.

c) Excretores: Promovem a excreção da gordura ingerida na alimentação.

O tratamento clínico da obesidade tem caráter eterno, pois a tendência para engordar é também eterna nessas pessoas.

Quais as dicas para não me tornar um obeso?

a) Comer as coisas certas com freqüência e fazer várias refeiçõezinhas por dia.
A filosofia por traz dessa dica é nunca passar fome, pois a fome provoca a diminuição da serotonina, isso provoca uma alteração psíquica, chamada de “binge” pelos americanos, que, por sua vez provoca uma “compulsão enlouquecida” que faz o paciente assaltar a geladeira inteira, pondo a perder o sucesso da dieta.

b) As fórmulas mágicas, com diuréticos e laxantes, além de não darem resultado satisfatório, podem causar danos à saúde. O único caminho para emagrecer é a “reeducação alimentar com prática de atividade física regular”.

c) Nunca encha o estômago. O estomago é uma bolsa distensível. Conserve-o sempre pequeno.

d) Coma com calma, mastigando bem os alimentos, pois após 20 minutos de mastigação lenta a fome terá passado. Inicie a refeição com saladas para conseguir um pouco de saciedade antes do prato quente.

e) Beba muita água durante o dia, pelo menos de 6 a 8 copos.

f) Evite as gorduras saturadas de origem animal, como as carnes vermelhas, queijos amarelos, leite, ovos, manteiga. Elas aumentam o nível de colesterol ruim (LDL). Essa gordura tende a depositar-se na região abdominal.
Prefira as gorduras poliinsaturadas, como peixes, amendoim, óleo de soja e milho, ou as monoinsaturadas, como azeite de oliva e óleo de girassol e canola. Estas, sem exagero, aumentam o colesterol bom (HDL).

g) Não adianta fazer uma dieta frenética por 2 meses para emagrecer rapidamente 10 quilos pois em pouco tempo você recuperará esses quilos. Está provado que 85% dos pacientes que fazem dietas frenéticas recuperam o peso em 2 anos. Além disso, essas dietas fazem mal a saúde pois o paciente fica privado de certos elementos (conforme a dieta utilizada).
O ideal é aceitar uma reeducação alimentar e adotá-la por toda a vida, ingerindo uma dieta balanceada e variada, comendo todos os tipos de proteína, gorduras certas e os carboidratos em quantidade adequada, acompanhada de atividade física e tratamento psicológico.
Lembre-se que do total de calorias consumidas por uma pessoa 60% deve vir dos Carboidratos, 30% das gorduras e 10% das proteínas.

Referências Bibliográficas

*ABESO
*Asma sob controle
*Cancer Research UK
*Cirurgia da Obesidade Mórbida
*Drauzio Varella
*Enciclopédia Medicina alternativa
*Franco e Rizzi, cirurgia da obesidade
*Instituto Nacional do Câncer
*Portal da Saúde
*Sociedade Brasileira de Diabetes
*Wikipídia

1 Comentários:

Anônimo disse...

Oi meu amor, só agora que tive tempo para ler tudo! Adorei a forma com que você abordou o assunto e principalmente as dicas de como manter uma vida saúdavel. Infelizmente não posso fazer alguns exercicíos :S
Então só posso controlar minha alimentaçao.
Sorte sua que é magrelo


amo você
*O*